Ryunosuke Akutagawa nasceu em Tóquio, em 1892, filho de Toshizo Nilbara. Segundo as superstições que àquela época ainda mantinham grande força no Japão, as idades de seu pai e de sua mãe — 42 e 33 anos, respectivamente — pressagiavam uma sorte terrível. É abandonado e adotado pelo tio, Michiaki Akutagawa. Sua mãe, acometida por séria doença mental, falece em 1902. O fato marcou toda a vida do escritor, que temeria para sempre que seu destino fosse similar ao da mãe. Com forte pendor para a literatura desde a juventude, em 1913 ingressa na Universidade Imperial de Tóquio, onde estuda literatura inglesa e se destaca por seu brilhantismo. Nesse período começa sua fértil produção, centrada nas narrativas breves; Rashomon, seu primeiro sucesso, surge em 1915. No mesmo ano, entra para o círculo literário de Natsume Soseki, que seria seu grande incentivador e exerceria uma influência indelével sobre sua carreira. A partir de 1921, sua saúde física e mental entra em declínio. Sofre de abatimento nervoso, problemas gastrointestinais, passa a ter alucinações. Em 24 de julho de 1927, sucumbe à depressão e se suicida. Seu nome entraria para a história da literatura mundial e, a partir de 1935, batizaria o prêmio literário mais importante do Japão. |