BELEZA E TRISTEZA


Em Beleza e tristeza, último romance escrito por Yasunari Kawabata, podemos acompanhar Oki Toshio, um romancista de sucesso, que depois de ver uma foto de sua antiga amante, Otoko Ueno, em um artigo de revista, se sente atraído a voltar para a cidade de Kyoto e contemplar a tradicional celebração de Ano-Novo enquanto tenta se reconectar com seu antigo caso.

Sem contato há mais de vinte anos, no reencontro, ele tem outra vida, ela não é mais uma adolescente, e novos personagens fazem com que a relação deles seja retomada de maneira diferente e com novas complicações.

O enredo de Beleza e tristeza conta a história das consequências duradouras de um breve caso de amor. Embora muito envolvente e difícil do leitor largar, não dá conta da grandeza do livro. Suavemente lírico, mas feroz, com intensidade, paixão e uma narrativa no estilo característico de Kawabata, traz sutilmente à tona questões de tradição e modernidade. 

     

                                                                                                   


YASUNARI KAWABATA

Prêmio Nobel de 1968, Yasunari Kawabata é considerado um dos representantes máximos da literatura japonesa do século XX. Nasceu em Osaka, em 1899. Após uma infância solitária e sofrida, interessou-se cedo pelos clássicos japoneses, que viriam a ser uma de suas grandes inspirações.

Kawabata estudou literatura na Universidade Imperial de Tóquio e foi um dos fundadores da Bungei Jidai, revista literária influenciada pelo movimento modernista ocidental. Acompanhado de jovens escritores, defenderia mais tarde os ideais da corrente neossensorialista (shinkankakuha), que visava uma revolução nas letras japonesas e uma nova estética literária, deixando de lado o realismo em voga no Japão em prol de uma escrita lírica, impressionista, atravessada por imagens nada convencionais.

Ao contrastar o ritmo harmônico da natureza e o turbilhão da avalanche sensorial, Kawabata forjou insólitas associações e metáforas táteis, visuais e auditivas que surpreendem diante do cotidiano, numa composição com tons levemente surreais de elementos de cultura e filosofia do Oriente, personagens acuados e cenários inóspitos.

Sua obsessão pelo mundo feminino, sexualidade humana e o tema da morte (presente em sua vida desde cedo, sob a forma da perda sucessiva de todos os seus familiares) renderam-lhe antológicas descrições de encontros sensuais, com toques de fantasia, rememoração, inefabilidade do desejo e tragédia pessoal. Desgastado por excesso de compromissos, doente e deprimido, Kawabata suicidou-se em 1972. 



Livro
Tradutor Lídia Ivasa | Prefácio: Neide Hissae Nagae
Formato 14x21cm
Páginas 288
ISBN 978-85-7448-312-2

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