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“Se o livro tiver a capacidade de despertar o interesse dos leitores e os ajudar a conhecer a evolução histórica da China contemporânea, ficarei plenamente satisfeito”. Era assim que o romancista chinês Chen Zhongshi falava sobre sua obra Na Terra do Cervo Branco. A obra é fruto do esforço monumental de recriar as marés históricas e conflitos políticos do século XX na China, ao mesmo tempo acertando contas com a milenar tradição do país. O desejo de Chen era criar uma obra-prima que “ele pudesse levar para o caixão como um travesseiro."
Chen Zhongshi nasceu em 1942, em uma região rural próxima a Xi’an, capital da província de Shaanxi, no nordeste da China. Seu avô era professor e seu pai era uma das poucas pessoas alfabetizadas da região. Refinando seu estilo e suas preocupações temáticas, ele se aprofundou cada vez mais nas pesquisas da vida cotidiana de sua região, usando como fontes o folclore e a tradição oral, bem como documentos e gazetas locais. Com estas pesquisas, produziu algumas novelas e também escreveu seu único romance, o monumental Na Terra do Cervo Branco, que lhe garantiu prestígio internacional. Em maio de 2016, milhares de pessoas se reuniram para dar adeus a Chen Zhongshi em seu velório em Xi’an, capital da sua provincía natal de Shaanxi.
Selecionamos aqui cinco motivos para conhecer o autor e sua obra-prima.
1) Os primeiros passos na carreira de escritor
Chen Zhongshi estreou na ficção em 1973, com um conto publicado em uma revista local, e seguiu publicando uma literatura de cunho realista e regional. Com a morte de Mao Tsé-Tung e a abertura do país, conheceu a obra de autores estrangeiros como Anton Tchékhov, Honoré de Balzac e Gabriel García Márquez, além de novos olhares sobre a situação chinesa, transcendendo a visão oficial do Partido. Com a publicação do sucesso internacional Na Terra do Cervo Branco, o autor viu sua popularidade crescer imensamente. Com o distanciamento da morte de Mao Tsé-Tung e uma gradual abertura do país ao exterior, novas possibilidades de pensar o período revolucionário apareceram na literatura a partir de 1990. É o movimento do novo romance histórico chinês, do qual esta obra é um dos principais representantes.
Chen Zhongshi assina
cópias de seu livro, White Deer Plain, para leitores em Xian em 1998. Foto:
Xinhua
2) Obra-prima premiada
Após a publicação de sua obra em 1993, Chen tornou-se conhecido praticamente do dia para a noite.
Os críticos descreveram a obra como “uma reflexão realista sobre a história
contemporânea da China”. Em 1997 sua obra conquistou o prêmio Mao Dun,
considerado o prêmio máximo da literatura chinesa, além de vender milhões de exemplares e ganhar diversas adaptações.
3) Da ópera a esculturas
Além de considerada sua obra-prima Na Terra do Cervo Branco (White Deer Plain - 白鹿 原) foi adaptada para diversos formatos, incluindo: ópera de
Shaanxi, teatro, musicais, comédias e esculturas. Em 2010, a obra foi adaptada para o cinema num filme realizado por Wang Quan’an, incluindo os atores Zhang
Fengyi, Zhang Yuqi e Duan Yihong. O filme competiu para o Urso de Ouro do 62º
Festival Internacional de Cinema de Berlim, tendo Lutz Reitemeier arrecadado o
Urso de Prata na categoria “Melhor Desempenho Artístico” pela fotografia. Já em
2017 a obra virou uma série de televisão chinesa, dirigida por Liu Huining e
Liu Jin, e estrela Zhang Jiayi como o personagem principal.
Material promocional para a série White Deer Plain Foto: IC
4) Sala de aula
Chen Zhongshi assina cópias de seu livro, White Deer Plain, para leitores em Xian em 1998. Foto: Xinhua
2) Obra-prima premiada
Após a publicação de sua obra em 1993, Chen tornou-se conhecido praticamente do dia para a noite. Os críticos descreveram a obra como “uma reflexão realista sobre a história contemporânea da China”. Em 1997 sua obra conquistou o prêmio Mao Dun, considerado o prêmio máximo da literatura chinesa, além de vender milhões de exemplares e ganhar diversas adaptações.
3) Da ópera a esculturas
Além de considerada sua obra-prima Na Terra do Cervo Branco (White Deer Plain - 白鹿 原) foi adaptada para diversos formatos, incluindo: ópera de
Shaanxi, teatro, musicais, comédias e esculturas. Em 2010, a obra foi adaptada para o cinema num filme realizado por Wang Quan’an, incluindo os atores Zhang
Fengyi, Zhang Yuqi e Duan Yihong. O filme competiu para o Urso de Ouro do 62º
Festival Internacional de Cinema de Berlim, tendo Lutz Reitemeier arrecadado o
Urso de Prata na categoria “Melhor Desempenho Artístico” pela fotografia. Já em
2017 a obra virou uma série de televisão chinesa, dirigida por Liu Huining e
Liu Jin, e estrela Zhang Jiayi como o personagem principal.
Material promocional para a série White Deer Plain Foto: IC
4) Sala de aula
Material promocional para a série White Deer Plain Foto: IC
4) Sala de aula
Além das diversas adaptações, a obra Na Terra do Cervo Branco foi listada na seleção de leitura essencial do Ministério da Educação da China para estudantes universitários, devido à sua representação ultra-realista da história chinesa.
5) A arte de se conectar com seus personagens
5) A arte de se conectar com seus personagens
Chen Zhongshi tinha uma linguagem única. Em algumas de
suas entrevistas é possível perceber que sua linguagem sempre foi muito
aclamada pelos críticos e quando era questionado sobre essa linguagem, o autor dizia que era indispensável à conexão direta com os personagens.
Em uma entrevista para a revista MCLC Resource Center da Universidade Estadual
de Ohio, a entrevistadora pergunta a Zhongshi de um momento memorável ao escrever
No País do Cervo Branco (White Deer Plain - 白鹿 原)
e sem dar Spoiler o autor cita um momento em que ele se envolve tão fortemente
com um personagem que acaba deixando de lado sua caneta e fechando seus olhos para
descansar, ao abrir seus olhos novamente escreve apenas nove caracteres em uma nota: "Nascer é
sofrer, viver é sofrer, morrer é sofrer".
Em uma entrevista para a revista MCLC Resource Center da Universidade Estadual de Ohio, a entrevistadora pergunta a Zhongshi de um momento memorável ao escrever No País do Cervo Branco (White Deer Plain - 白鹿 原) e sem dar Spoiler o autor cita um momento em que ele se envolve tão fortemente com um personagem que acaba deixando de lado sua caneta e fechando seus olhos para descansar, ao abrir seus olhos novamente escreve apenas nove caracteres em uma nota: "Nascer é sofrer, viver é sofrer, morrer é sofrer".
Referências:
http://portuguese.people.com.cn/n3/2016/0429/c309806-9051683-3.html
https://u.osu.edu/mclc/online-series/chen-zhongshi/
https://liujun-lit.livejournal.com/10458.html
http://www.globaltimes.cn/content/1043041.shtml
https://www.sixthtone.com/news/796/chen-zhongshi%2C-famed-chinese-author%2C-dies-at-73
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