HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO


Quando o homem começou a cozinhar os seus alimentos? A partir de quando se pode falar da existência da culinária? Em que época surgiu os banquetes? E o costume das refeições regulares? E nosso hábito de comer sentado em cadeiras ao redor da mesa, todos cortando no prato sua carne com uma faca e com a ajuda de um garfo? Por que de uma sociedade à outra e de uma época à época seguinte a escolha dos alimentos, seu valor gastronômico, sua preparação e o modo de comê-los são tão diferentes?

A alimentação não reflete somente a satisfação de uma necessidade fisiológica, idêntica em todos os homens, mas também reflete a diversidade de culturas e tudo aquilo que contribui para modelar a identidade de cada povo: ela depende de suas técnicas de produção, de suas estruturas sociais, de suas representações dietéticas e religiosas e das receitas que delas resultam, de sua visão do mundo e do conjunto de tradições construídas lentamente no decorrer dos séculos. As relações entre esses aspectos da cultura e da maneira de se alimentar sempre existiram, desde a conquista do fogo à chegada do McDonald's.

É essa longa história que este livro nos faz descobrir. Ele trata da alimentação cotidiana, do papel do pão, do vinho e dos condimentos, da arte culinária, mas trata também das carestias que periodicamente castigaram a antiga Europa, ou ainda antes, das transformações do consumo alimentar nos últimos dois séculos. Veremos que nossos ancestrais já possuíam livros de culinária e que as profissões na alimentação eram ainda mais numerosas que as de hoje em dia. Veremos como a tradição ocidental foi influenciada por culturas próximas: da Mesopotâmia e do Egito Antigo, da Grécia e de Roma, dos bizantinos, dos judeus e dos árabes e, finalmente, dos americanos.

Enfim, um tratado histórico e antropológico sobre a alimentação, da pré-história aos dias de hoje, apresentando de forma cronológica: as estratégias alimentares dos dois tempos pré-históricos; a função social dos banquetes nas primeiras civilizações; os sistemas alimentares e modelos de civilizações; a alimentação e a medicina; as estruturas de produção; as transformações para um novo equilíbrio alimentar; o aparecimento e expansão dos restaurantes; a indústria alimentar e as técnicas de conservação; a dietética contra a gastronomia; e ainda uma riquíssima bibliografia.


          


JEAN-LOUIS FLANDRIN

Jean-Louis Flandrin (4 de julho de 1931 - 8 de agosto de 2001) foi um historiador francês. Seus campos de estudo foram família, sexualidade e, em particular, alimentação. Ele introduziu novos métodos analíticos e examinou uma variedade de fontes, incluindo penitenciais da igreja, livros de receitas e até provérbios tradicionais em um amplo período histórico, desde a Alta Idade Média até o século XX. Na época de sua morte, Flandrin era professor emérito da Universidade de Paris VIII e chefe de pesquisa da École des hautes études en sciences sociales


MASSIMO MONTANARI

Massimo Montanari é professor de história econômica medieval e história da alimentação na Universidade de Bolonha. Entre seus trabalhos mais importantes estão: A Alimentação Camponesa na Alta Idade Média (Nápoles, 1979); A Administração Curtense na Itália (com B. Andreoli, Bolonha 1983); Campos Medievais (Turim, 1984). Para a editora Laterza publicou: Convívio (3 vol., 1989-1992); História da Alimentação (organizada com J.-L. Flandrin, 1999); A Panelinha Mágica (1999); Alimentação e Cultura na Idade Média (1999); A Culinária Italiana. História de Uma Cultura (com A. Capatti, 2000); A Fome e a Abundância (2000), traduzido em doze línguas, e História Medieval (2002). Publicou dois livros no Brasil: História da Alimentação (Estação Liberdade, 1998) e Comida Como Cultura (Senac São Paulo, 2008).



Livro
Tradutor Luciano Vieira Machado e Guilherme João de F. Teixeira
Formato 23x16 cm
Páginas 890
ISBN 978-85-7448-002-2

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