ATLAS DO MUNDO GLOBAL

A complexidade do mundo global muitas vezes se origina em um passado distante. Frequentemente há dificuldade para articular as informações que uma boa compreensão do mundo demanda na era da globalização. Os autores facilitam o percurso do leitor até um conhecimento mais aprofundado da realidade contemporânea, apresentando diferentes visões de mundo, alertando para os perigos a que estaremos expostos nas próximas décadas e apontando possibilidades de superá-los.

Inserido na programação do Ano da França no Brasil, O Atlas do mundo global é dividido em quatro partes, todas elas contando com inovador trabalho cartográfico de Jean-Pierre Magnier. Na primeira delas, “As grandes referências do passado”, apresenta-se uma genealogia dos primeiros homens e as teorias que procuram explicar as ondas migratórias iniciais dos seres humanos no planeta. Na segunda parte, “As diversas interpretações do mundo global”, os autores desenvolvem, com a ajuda dos mapas, quatro importantes teses: a tese da comunidade internacional — o mundo “em rede”, a OMC, a internet, o G-20 e a televisão via satélite conectando todo o planeta; a tese do choque de civilizações — a dicotomia Ocidente X Oriente; a tese do mundo unipolar — a “hiperpotência” Estados Unidos; e a tese do mundo multipolar, que analisa o G-8 e a Organização das Nações Unidas e a possibilidade de um mundo com diversos polos de poder em busca de um equilíbrio.

A terceira parte da obra, intitulada “Dados globais”, realiza um mapeamento de importantes questões estratégicas, econômicas, ecológicas e culturais, apresentando dados e mapas que fornecem ao leitor um panorama atual sobre a forma como o mundo globalizado se configura. População, saúde pública, fluxos migratórios, desigualdades econômicas e sociais, combustíveis, armas nucleares, criminalidade e riscos ecológicos são alguns dos temas esquadrinhados pelos autores, sempre apontando as perspectivas para cada um dos objetos de análise.

Na última parte, “O mundo visto por...”, o Atlas percorre as mais importantes regiões e países do mundo, esmiuçando peculiaridades e, principalmente, situando-os no contexto da globalização. Brasil, Estados Unidos, Mundo árabe, Índia, África do Sul, entre outros, têm analisadas sua participação no mercado global, seus êxitos e fragilidades e seus rumos possíveis. “Todos esses dados e visões cruzadas mostram convergências e coerências, mas também contradições formidáveis, antagonismos reais ou potenciais. O mundo tal como será nos próximos decênios está aqui inscrito de modo claro ou implícito. A vocês, a nós, importa saber decifrá-lo para nos prepararmos para ele.

                                                                                                   

             




OS AUTORES

Pascal Boniface é diretor do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS). Leciona geopolítica no Instituto de Estudos Europeus da Universidade Paris 8. Colabora com órgão de imprensa de diversos países. Escreveu ou dirigiu a publicação de diversas obras sobre as relações internacionais, a questão nuclear e o desarmamento e sobre a política estrangeira francesa. Entre suas principais obras publicadas constam Atlas des guerres (1999), Las relations internationales depuis 1945 (2005), Football et mondialisation (2006), 50 Idées recues sur l’etat du monde (2007) e 50 Idées reçues sur les États-Unis (co-autoria com Charlotte Lepri, 2008).


Hubert Védrine foi conselheiro diplomático, porta-voz e secretário geral do governo da França entre 1981 e 1995, trabalhando ao lado de François Mitterrand. De 1997 a 2002, foi ministro das Relações Exteriores, no governo de Lionel Jospin. Autor de obras a respeito do período Mitterrand, como Les mondes de François Mitterrand - À l'Elysée de 1981 à 1995 (1996), e sobre o multilateralismo e a globalização, como Multilatéralisme : une réforme possible (2004), Védrine é grande analista e crítico do papel das potências junto aos países pobres. Tornou célebre o neologismo       “hiperpotência” para definir os Estados Unidos na era da globalização. Tal conceito é aprofundado em duas de suas obras, L’hyperpuissance américaine (2000) e Face a l’hyperpuissance (2003), sendo retomado neste Atlas do mundo global. Foi um dos primeiros a defender a ampliação do Conselho de Segurança da ONU incorporando novos membros, inclusive o Brasil.



Livro
Tradutor Graziela Marcolin
Formato 19x25cm
Páginas 128
ISBN 978-85-7448-158-6

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