Armance Autor: Stendhal Número de páginas: 288 ISBN: 978-85-7448-085-5 Livreiros e distribuidores |
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Armance é, cronologicamente, o primeiro dos
grandes romances de Stendhal. Quando
comparado a obras-primas como O
vermelho e o negro e A cartuxa de
Parma, porém, este romance de 1827 é considerado ambíguo — e isso por uma
razão muito simples: toda a trama é articulada ao redor de um segredo sobre a
vida do protagonista que nunca é revelado, o que tornaria obscuras as
motivações deste livro sobre o amor idealizado e a renúncia ao casamento. A
chave para se entender a trama estaria numa carta de Stendhal a Mérimée
(publicada na presente edição), na qual ele explicita o motivo que impede a
consumação do amor entre o visconde Octave de Malivert e sua prima, Armance
de Zohiloff: seu herói sofre de babilanismo, ou seja, impotência sexual. De
fato, um romance diante do qual o leitor depende de informações extraliterárias
para captar o sentido da narrativa poderia ser considerado imperfeito. Mas
isso só é verdade se confundirmos a intenção inicial de Henri Beyle
(verdadeiro nome do escritor) com a realização de Stendhal (nome pelo qual
ficou conhecido). A julgar pelo tom lúbrico que permeava sua correspondência
com Mérimée, ele queria escrever um romance que satirizasse o ideal do amor
romântico. O resultado, porém, é bem diferente: como a suposta anomalia
permanece oculta, toda a torturante aproximação dos dois amantes se dá sob o
signo do desafio a preconceitos sociais, políticos e econômicos. Stendhal faz
da misantropia de Octave e da integridade de Armance a metonímia de um ardor passional que sobrevive a uma
sociedade de nobres decadentes e banqueiros, um mundo regido por contratos
matrimoniais, em que o casamento poderia pacificar o tumulto do coração.
Nesse sentido, Armance é um livro
que mergulha como nenhum outro nas sutilezas do jogo amoroso, antecipando
aquele culto à energia individual que, em seus romances posteriores, Stendhal
irá contrapor ao desencantamento do mundo burguês.
Stendhal nasceu na França em
1783. Acompanhou o exército napoleônico em suas investidas à Itália, Áustria
e Rússia. Após obras ensaísticas, entre as quais o relato de viagem Roma,
Nápoles e Florença, em 1827 publica seu primeiro romance, Armance. Suas obras de ficção mais
conhecidas são O Vermelho e o Negro
(1830), que tem como herói Julien Sorel, jovem arrivista e ambicioso, tido
como um dos personagens literários mais fascinantes de todos os tempos, e A cartuxa de Parma (1839), sobre a
trajetória do aventureiro Fabricio del Dongo. A complexidade psicológica de
seus personagens e suas análises sociais influenciam toda a literatura
francesa posterior. [LEIA MAIS] |
R$60,00 R$14,00
Indisponível no momento
ISBN: 978-85-744-8085-5
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