O ANJO AZUL 


Ambiente esfumaçado e de alegrias baratas regadas a muita cerveja. Nenhuma outra obra terá retratado de forma mais fiel e duradoura o ambiente carregado dos cabarés alemães do início do século XX. Contra esse pano de fundo, assistimos à progressiva derrocada do que poderia ser um tiraneco vendo seu reino ser contestado pelos ventos da História, mas que personifica um singular estado de espírito: os ares de fim de festa da Alemanha imperial sob influência prussiana, com tudo o que ela tem de conservadora e rígida, porém levando às últimas conseqüências um burocratismo iluminado de moral dupla.

Não por acaso, Unrat, cujo apelido coincide sintomaticamente com detrito e congêneres, enquanto fustiga seus alunos a golpes de traduções de Homero e de redações sobre Schiller, vê-se enlaçar rumo à perdição pelos tentáculos de uma “dançarina de pés descalços”, que o leva às últimas conseqüências na “desmoralização de uma cidade inteira”, embora sem deixar oficialmente sua “visão sequiosa da humanidade oprimida implorando por misericórdia”.

O Anjo Azul (Professor Unrat), a obra mais conhecida de Heinrich Mann, entrou para a história 25 anos depois de sua publicação graças à memorável interpretação de Marlene Dietrich e Emil Jannings nos papéis principais, na antológica filmagem de Josef von Sternberg.





          


LUDWIG HEINRICH MANN 

Ludwig Heinrich Mann nasceu em Lübeck em 1871, filho de um senador local e da brasileira Julia Mann. Após o ginásio iniciou um estágio como livreiro, trabalhou na editora S. Fischer, em Dresden, de 1890 a 1892, assistindo nesse período aulas na universidade como ouvinte. Foi autor de romances -- Der Untertan [O Súdito], de 1914, é considerado sua obra-prima - novelas e peças de teatro. Escreveu numerosos ensaios literários, sobre Goethe, Voltaire, Flaubert, George Sand, Émile Zola, Victor Hugo, além de traduzir Choderlos de Laclos para o alemão.


Livro
Tradutor Erlon José Paschoal
Formato 14x21cm
Páginas 237
ISBN 978-85-7448-047-3

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