A UNIVERSIDADE SEM CONDIÇÃO


Originalmente uma conferência pronunciada na Universidade de Stanford, A Universidade sem condição desenvolve uma reflexão sobre o lugar da Universidade num mundo globalizado. Jacques Derrida analisa aqui o papel das Humanidades na reflexão sobre sua própria história, relacionada ao conceito de Homem, a fim de ver como podem contribuir para o advento de uma nova Universidade. 

O “sem condição” do título aponta para a situação dúplice da instituição universitária hoje. Por um lado, a expressão indica uma incondicionalidade indispensável à pesquisa e ao ensino superiores, sem o que estes ficarão sempre presos a valores políticos, éticos e jurídicos que vão contra seus princípios. Por outro lado, “sem condição” é também o índice de certa falta de “poder” universitário, pelo fato de sua existência muitas vezes depender de fatores estranhos a seu próprio funcionamento, bastando, para entender isso, refletir a respeito da administração de verbas e recursos. 

Num momento em que a Universidade, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, se vê ameaçada pelas leis do mercado, este livro fornece material para se discutir as novas políticas do saber e os direcionamentos que permitirão sua sobrevida em contato com o mundo exterior, para além dos muros que a fecham em si mesma, com o risco de asfixia.     

Do mesmo modo, a incondicionalidade da instituição universitária se torna um aspecto fundamental no sentido de ser útil a uma outra forma de democracia, até agora inexistente nos tipos históricos, ainda por vir. 



 



JACQUES DERRIDA

Jacques Derrida nasceu em El-Biar, Argélia, em 1930. Após marcante experiência de serviço militar na Argélia conflagrada, inicia sua carreira filosófica como professor em Le Mans, na companhia de Gérard Genette (1959-60), e de assistente de Gaston Bachelard e Paul Ricceur nas cadeiras de filosofia geral e lógica na Sorbonne (1960-64), onde organizou posteriormente os Estados Gerais da Filosofia. Professor da École Normale Supérieure de 1963 a 1984, manteve intenso intercâmbio com outros países, em especial com as universidades americanas, nas quais lecionou por diversas vezes, chegando inclusive a receber em Yale o primeiro de seus 21 títulos Honoris causa. Fundador do Colégio Internacional de Filosofia em 1983, tornou-se, em 1984, diretor de Estudos na École des Hautes Étudesen Sciences Sociales, lá realizando seus famosos seminários anuais. Jacques Derrida faleceu em 2004, em Paris, em decorrência de um câncer. Deixou uma extensa obra que, ancorada na estratégia da desconstrução – seu incontestável legado filosófico –, passeia entre a filosofia, a literatura, a tradução, mas também, e principalmente, a política, a biotecnologia e a religião. Entre seus livros publicados no Brasil estão Gramatologia (Perspectiva), A Voz e o fenômeno (Jorge Zahar), Margens da Filosofia (Papirus), Mal de Arquivo e Espectros de Marx (Relume Dumará), O Olho da Universidade, A Universidade sem Condição, A Religião (org. Gianni Vattimo) e Papel-máquina, estes quatro últimos pela Estação Liberdade.  



Livro
Tradutor Evando Nascimento
Formato 14x21
Páginas 88
ISBN 978-85-7448-074-9

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