Vita Sexualis
R$59,00
Indisponível no momento
Marca: Mori, Ogai
ISBN: 978-85-7448-235-4
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VITA SEXUALIS

Uma história sobre o desenvolvimento da vida sexual de qualquer personagem na literatura já criaria naturalmente em torno dela uma aura de curiosidade. Que dirá no caso de uma novela de cunho assumidamente biográfico escrita por um autor japonês do início do século XX. Pois é essa a premissa deste Vita sexualis, de Ogai Mori, que põe o personagem Shizuka Kanai — alter ego do autor — para contar a dor e a delícia das consequências próprias e inerentes à libido. Importante também como registro de um Japão que começava a se abrir às influências ocidentais (inclusive na literatura), Vita sexualis ilustra muito dos costumes e dos valores familiares e sociais da época. Acompanhamos em Kanai, um aspirante a escritor, diversos episódios relacionados ao seu, digamos, aprendizado sexual. 

São relatos de situações vivenciadas a partir da inocência de seus seis anos de idade, ao se desconcertar com um estranho livro de gravuras do corpo humano, e que se estendem até o começo de sua vida adulta, quando se familiariza com o mundo das cortesãs profissionais. Nessa trajetória, somos iniciados a diversos aspectos próprios da cultura nipônica, notadamente as incursões por casas de chá, o mundo sensual das gueixas e as dinâmicas do omiai, a tradição japonesa dos casamentos arranjados. Com pitadas precisas de humor e ironia, o livro também espelha a outra carreira do autor: médico de formação, tendo servido ao exército como cirurgião-geral na Guerra Russo-Japonesa, Mori investiga em sua literatura a importância do sexo na psique humana. Era previsível, no entanto, que, ao evocar temas delicados e polêmicos como a homossexualidade, a obra pudesse vir a sofrer com a censura, como de fato ocorreu. 

No mês de sua publicação (julho de 1909), Vita sexualis teve sua venda e sua distribuição suspensas pelas autoridades, sob a “acusação” de que, ao abordar o desejo sexual, o livro era um acinte à moral pública, embora nada haja na trama de vulgar ou de abominável, pelo contrário: mesmo uma mera menção ao órgão genital, por exemplo, é cuidadosamente feita sob metáforas ou elipses. Pela suposta ousadia temática do livro, Mori fora reprimido diretamente pelo então ministro da guerra do Japão, Terauchi Masatake. 

Leia um trecho da obra

                                                                                               


OGAI MORI

Nascido em Tsuwano em 17 de fevereiro de 1862, Ogai Mori — cujo nome real era Rintaro Mori — formou-se em medicina no Tokyo Medical College aos dezenove anos, tendo servido como cirurgião-geral no Exército Imperial japonês. Enviado pela corporação para uma estada de treinamento na Alemanha, descobriu e se apaixonou pela literatura europeia. Começou a escrever críticas em jornais literários, ao mesmo tempo que passou a trabalhar seus próprios escritos. Sua forte propensão às letras logo o tornaria um nome reluzente na literatura do país, sendo uma das referências do movimento modernista nipônico juntamente com Natsume Soseki. Fez carreira também como tradutor e poeta, e fundou uma revista literária intitulada Subaru. Outras de suas obras referenciais incluem Maihime [A dançarina, 1890] e Gan [O ganso selvagem, 1911). Faleceu em Tóquio em 8 de julho de 1922.

 



Livro
Tradutor Fernando Garcia
Formato 14x21x1,5 cm
Páginas 168
ISBN 978-85-744-235-4

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