Amazônia, maior floresta tropical do planeta tem
sido vítima de um acelerado processo de desmatamento predatório. O Brasil lidera
essa destruição, promovendo impactos de grandes proporções sobre a
biodiversidade, recursos hídricos e regime de chuvas, que se somam à degradação
sociocultural de povos indígenas e comunidades tradicionais, que vivem em
estreita relação de dependência com a floresta.
O avanço predatório que choca o país e o mundo,
visto que a Amazônia possui importância capital para o equilíbrio climático do
planeta, é ainda mais grave quando lembramos que há poucos anos o Brasil
implementou um programa bem-sucedido de controle do desmatamento.
Durante uma década (2004 a 2014), o Brasil reduziu
em mais de 80% os índices de desmatamento da Amazônia, tornando-se uma
referência mundial na proteção do meio ambiente e assumindo um papel de
liderança nas ações voltadas à contenção do aquecimento global. Grande parte
desse sucesso se deveu às políticas introduzidas pelo PPCDAm (Plano de
Proteção e Controle do Desmatamento na Amazônia), lançado pelo governo federal
em 2004.
Nela
o leitor poderá conhecer os elementos fundamentais que contribuíram para tornar
realidade a redução do desmatamento, até então considerada uma missão
impossível, depois de décadas de tentativas frustradas, que também são
detalhadas na publicação.
O
autor apresenta, ainda, como todo o trabalho de proteção da Amazônia foi sendo
lentamente desarticulado e as iniciativas que levaram ao enfraquecimento
progressivo da legislação ambiental e do PPCDAm, que culminaram na sua extinção
no primeiro ano do atual governo.
Com um texto simples, direto e consistentemente
informativo, Amazônia, uma
década de esperança incorpora as análises conduzidas na
preparação da tese de doutorado de Capobianco. Não há “informações de
bastidores” nem inconfidências, mas provas documentais, depoimentos e fatos
públicos sobejamente registrados que embasam suas conclusões. O autor organiza as
informações de modo que possa esclarecer dúvidas e desfazer equívocos e
demonstrar que é possível retomar o caminho da conservação do maior patrimônio
socioambiental do Brasil e um dos mais importantes do Planeta.
A obra ainda contém prefácio contundente, mas ao mesmo tempo muito belo, da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.