A INVENÇÃO DE PARIS
O que as esquinas, as muralhas e as calçadas de Paris contariam, se pudessem falar? E quanto aos ilustres e anônimos que viveram, sonharam e morreram nessas ruas, que tipo de cidade eles cantariam se suas vozes ainda ressoassem pelos séculos? Todas essas vozes, histórias, glórias e tragédias estão em A invenção de Paris – A cada passo uma descoberta, do historiador francês Eric Hazan.
Com faro de contador de histórias e rigor de pesquisador, Hazan faz em seu livro uma biografia afetiva e “antioficial” de Paris, passo a passo, século a século, revivendo a história oculta (e, não raro, sangrenta) da capital francesa. O autor produz essa história com base em seu extenso conhecimento da cidade – onde mora desde que nasceu – e também recorrendo aos grandes literatos e artistas que passaram por suas ruas: do épico Victor Hugo ao flâneur poético Baudelaire, das telas de Manet e Degas aos lendários cliques de Brassaï, Atget e Doisneau.
A ideia de “psicogeografia”, cunhada por Guy Debord, permeia o livro, bem como as Passagens e as Teses sobre o conceito de história, de Walter Benjamin. Hazan, que conhece todos os cantos e segredos de Paris, revira cada pedra da cidade para resgatar uma história soterrada, a da Paris das turbulências e da constante reinvenção, que, se depender dele, não será esquecida tão cedo.
O livro se divide em três partes, sempre pontuadas pelas frases das figuras históricas convocadas por Hazan. Na primeira, “Antiga Paris e Nova Paris”, o autor faz uma anatomia dos bairros parisienses, gastando a sola do sapato e extraindo dos boulevards, ruas e becos as histórias escondidas pelo tempo e pelas sucessivas reconstruções da cidade. A segunda parte, “Paris vermelha”, explicita a vocação revolucionária da capital francesa. O relato aprofundado das barricadas, rebeliões e insurreições que marcaram os últimos séculos propõe uma leitura inédita de Paris, mostrando os conflitos internos como um dos pontos definidores de sua história. A terceira parte é dedicada às artes, à Paris dos flanadores e do começo da fotografia, uma ode a uma cidade que atualmente sofre um processo de museificação e enfraquecimento, como Hazan não deixa de pontuar, afirmando ainda que novas rupturas não deixarão de vir – tradition oblige.
ERIC HAZAN ERIC HAZAN é um historiador, escritor e editor nascido em Paris, em 1936. Filho do editor de livros de arte Ferdinand Hazan, estudou medicina e trabalhou anos como pediatra em campos de refugiados palestinos. De volta à França, assumiu a casa editorial do pai (que leva o nome da família), depois vendida ao grupo Hachette. Fundou e dirige desde 1998 a editora La Fabrique, dedicada a livros “contra a manutenção da ordem existente”. Escreveu mais de uma dezena de obras sobre a história e a política de seu país, entre elas Chronique de la guerre civile (Crônica da guerra civil, La Fabrique, 2004) e Changement de propriétaire – La guerre civile continue (Troca de proprietários – A guerra civil continua, Seuil, 2007). Também é autor de A invenção de Paris - A cada passo uma descoberta. |
Livro | |
Tradutor | Mauro Pinheiro |
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Formato | 27x20x3 cm |
Páginas | 448 | Capa Dura |
ISBN | 978-85-7448-213-2 |