LAO SHE (pseudônimo de SHU QINGCHUN) nasceu em Beijing, em 3 de fevereiro de 1899. Órfão de pai desde novo, não pôde estudar até a idade dos nove anos, em função da falta de recursos da família. Mas conseguiu frequentar a Universidade de Beijing, onde se formou em 1918. Foi diretor em escolas primárias e secundárias tanto em Beijing quanto em Tianjin. Teve uma primeira estada no Ocidente entre 1924 e 1929, em Londres, onde atuou como professor de chinês e escreveu suas primeiras novelas. O apreço pelos livros de Charles Dickens, com foco sobre os marginalizados, certamente influenciaria Lao She na elaboração de O garoto do riquixá. De volta a seu país em 1930, tornou-se rapidamente um dos intelectuais mais críticos à invasão japonesa à China ocorrida em 1937. Após a Segunda Guerra, viveu um período nos Estados Unidos, até retornar em definitivo ao seu país-natal. Outras de suas obras incluem o romance Mao chéng ji [Cidade dos gatos, 1932] e a peça de teatro Chágan [O salão de chá, 1956]. Faleceu em 24 de agosto 1966, no apogeu da Revolução Cultural, depois de, acusado juntamente com outros companheiros de ser inimigo do regime, ter sido torturado pelos guardas vermelhos – embora a causa mortis oficial seja “suicídio”. |