MIL ANOS DE MANGÁ
Nos últimos anos, o mangá tem feito um sucesso fenomenal não só no Japão, onde domina o mercado editorial, mas também no Ocidente. Por mais contemporânea que essa forma de arte gráfica possa parecer, o mangá está, na verdade, profundamente enraizado na cultura japonesa, baseando-se muitas vezes em suas tradições artísticas centenárias.
Mil anos de mangá, como o próprio nome diz, conta a história do mangá, ou das histórias em quadrinhos, em seu esplendor e diversidade. Do inspirador mangá Hokusai até a aparição dos Gekiga, os mangás realistas dos anos 1950; do marco que foi Astro Boy, de Tezuka Osamu, à Rosa de Versalhes, de Riyoko Ikeda, um mangá shōjo para garotas jovens; das lendas de samurais até as edições mais alternativas da revista Garo; e dos demônios que povoam a obra de Mizuki Shigeru até as últimas criações de Taniguchi Jirō, cada período aqui percorrido pela autora Brigitte Koyama-Richard é recheado de detalhes e ilustrado com desenhos e gravuras.
Escrita por Brigitte Koyama-Richard, a obra Mil anos de mangá foi publicada originalmente em 2007 pela editora francesa Flammarion. Desde então a obra tem feito bastante sucesso, nos permitindo explorar o gênero em seu próprio contexto, por meio de mais de quatrocentas ilustrações cativantes e uma vasta documentação de referência.
Assim que tomamos conhecimento do livro e de sua importância, manifestamos nosso interesse em trazê-lo para as livrarias de todo o Brasil. Depois de algumas reuniões, encontros durante a Feira de Frankfurt e por fim contrato assinado, Mil anos de mangá chega ao Brasil (já em versão atualizada conforme a edição francesa de 2022) com tradução de Nícia Adan Bonatti e projeto gráfico de Gustavo Abumrad.
Além da edição brasileira, Mil anos de mangá já foi traduzida para mais cinco idiomas, reforçando ainda mais sua importância. Os mangás seduzem um público cada vez mais amplo em todo o mundo. No Japão, fazem parte integrante da vida cotidiana — lúdicos ou pedagógicos, dirigem-se a todos. Mas por que alcançam tamanho sucesso? O que têm de tão diferentes das histórias em quadrinhos europeias, americanas ou outras para serem tão atrativos? E afinal, qual é a origem da palavra “mangá” e o que ela significa?
Frutos de uma longa tradição artística, os mangás têm sua origem em pinturas antigas do longínquo século VII, baseando-se muitas vezes na cultura ancestral do Japão. Das cenas cômicas ilustrando os biombos e rolos pintados aos demônios povoando a narrativa de Mizuki Shigeru; de mangá Hokusai ao universo de Tezuka Osamu, criador de Astro Boy e apelidado de “Deus do mangá moderno”; do aparecimento dos Gekiga nos anos 1950 aos lendários One Piece, Vagabond e Naruto no final dos anos 1990 e os não menos populares Death Note (2004) e Demon Slayer (2016).
Entretanto, convém trazer algumas exatidões sobre a palavra "mangá". O termo, criado por Hokusai no século XIX, era o título que ele havia dado às suas antologias de múltiplos desenhos destinados aos seus discípulos e aos artistas amadores. Composto por dois ideogramas, Man (漫, executado de maneira rápida e suave) e Ga (画, desenho), ele passou a ser usado por vários artistas da mesma época para esse gênero de desenhos, antes de ganhar o sentido de “história em quadrinhos” no século XX.
Mil anos de mangá é um panorama dessa forma de expressão tão viva e duradoura sobre os estados da alma japonesa, cujas riqueza e diversidade são contempladas numa extensão que vai das origens do mangá ao mangá dos dias de hoje.
Um deleite visual com mais de quatrocentas ilustrações, muitas delas raramente vistas fora do Japão. Para a produção da capa, optamos em trazer uma adaptação das edições em língua inglesa, italiana e espanhola.
REPERCUSSÃO
• Um milênio de mangá
• Como a arte do mangá marcou os japoneses
PARA SABER MAIS
• Cinco motivos para ler Mil anos de mangá
• Entrevista com Brigitte Koyama-Richard
• Yôkai: das artes para o mangá
• Em Mil anos de mangá, a autora Brigitte Koyama-Richard apresenta diversas obras criadas por Leiji Matsumoto. A edição conta também com uma entrevista com o mangaka e sua esposa Miyako Maki, realizada pela própria autora em janeiro de 2007.
BRIGITTE KOYAMA-RICHARD Brigitte Koyama-Richard é professora na Universidade em Tóquio, onde leciona História da Arte e Literatura Comparada. Ela publicou numerosas obras sobre o Japão, entre as quais Japon rêvé : Edmond de Goncourt et Hayashi Tadamasa [Japão revisto: Edmond de Goncourt e Hayashi Tadamasa] (Hermann, 2001) e Kodomo-e : l’estampe japonaise et l’univers des enfants [Kodomo-e: a estampa japonesa e o universo das crianças] (Herman, 2004). Seus livros mais recentes são L’Animation japonaise : du rouleau peint aux Pokémon [A animação japonesa: do rolo pintado ao Pokémon] (Flammarion, 2009) e Shin Hanga : les estampes japonaise du XXème siècle [Shin Hanga: as estampas japonesas do século XX] (Nouvelles Éditions Scala, 2021), além da edição revista e ampliada da presente obra, em 2022. |
Livro | |
Tradutor | tradução de Nícia Adan Bonatti e projeto gráfico de Gustavo Abumrad. |
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Formato | 22,2 x 26,5 cm |
Páginas | 272 páginas coloridas | papel Condat Silk 150 g/m2 |
ISBN | 978-85-7448-150-0 |