Mangá não é coisa só de agora
Mil anos de mangá,
da nipo-francesa Brigitte Koyama-Richard, percorre séculos de arte japonesa até
chegar no mangá de hoje em dia
Nos últimos anos, o mangá tem feito um
sucesso fenomenal não só no Japão, onde domina o mercado editorial, mas também
no Ocidente. Por mais contemporânea que essa forma de arte gráfica possa
parecer, o mangá está, na verdade, profundamente enraizado na cultura japonesa,
baseando-se muitas vezes em suas tradições artísticas centenárias.
Mil
anos de mangá, como o próprio nome
diz, conta a história do mangá, ou das histórias em quadrinhos, em seu
esplendor e diversidade. Do inspirador mangá Hokusai até a aparição dos Gekiga,
os mangás realistas dos anos 1950; do marco que foi Astro Boy, de Tezuka Osamu, ao Dragon
Ball, de Akira Toriyama, uma verdadeira febre em todo o mundo; das lendas
de samurais até as edições mais alternativas da revista Garo; e dos demônios que povoam a obra de Mizuki Shigeru até as
últimas criações de Taniguchi Jirō, cada período aqui percorrido pela autora
Brigitte Koyama-Richard é recheado de detalhes e ilustrado com desenhos e
gravuras.
Além da edição brasileira, Mil anos de mangá já foi traduzido para
mais cinco idiomas, reforçando ainda mais sua importância. O mangá seduz um
público cada vez mais amplo em todo o mundo. No Japão, faz parte integrante da
vida cotidiana — lúdico e/ou pedagógico, dirige-se a todos. Mas por que alcança
tamanho sucesso? O que tem de tão diferente das histórias em quadrinhos
europeias, americanas ou outras para ser tão atrativo? E afinal, qual é a
origem da palavra “mangá” e o que ela significa?
Fruto de uma longa tradição artística, o
mangá tem sua origem em pinturas antigas do longínquo século vii. O termo "mangá", criado
por Hokusai no século xix, era o
título que ele havia dado a suas antologias de múltiplos desenhos destinados
aos seus discípulos e aos artistas amadores. Composto por dois ideogramas, Man (漫,
executado de maneira rápida e suave) e Ga
(画, desenho), ele passou a ser usado por vários artistas
da mesma época para esse gênero de desenhos, antes de ganhar o sentido de
“história em quadrinhos” no século xx.
Mil anos de
mangá é um panorama dessa forma de
expressão tão viva e duradoura sobre os estados da alma japonesa, cujas riqueza
e diversidade são contempladas numa extensão que vai das origens do mangá ao
mangá dos dias de hoje. O livro conta com entrevistas com expoentes do mangá, é
fartamente ilustrado com ukiyo-e,
capas, desenhos. A autora dedicou anos de pesquisa para compor este grande
cenário textual e imagético, agora disponível à apreciação dos leitores.
Título: Mil anos de mangá
Autor: Brigitte Koyama-Richard
Tradução: Nícia Adan Bonatti
ISBN: 978-65-86068-57-3
Formato: 22,2 x 26,5 cm / 272 páginas
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