MORRER SOZINHO EM BERLIM, de Hans
Fallada
Escrito e publicado pouco após a queda do Reich, em 1947, o romance MORRER SOZINHO EM BERLIM é uma das primeiras obras escritas por um autor alemão a tratar
da resistência aos nazistas, e considerada uma das mais importantes. Em 1945,
Johannes Becher fez chegar às mãos de Hans Fallada, autor de renome
internacional desde a década de 1930, arquivos da Gestapo sobre o julgamento do
casal Otto e Elise Hampel. Após descobrirem que o irmão de Elise havia morrido
na guerra, o casal iniciou sua própria campanha contra o regime nazista em
Berlim, escrevendo e distribuindo secretamente cartões-postais em que pediam
que o povo alemão se recusasse a cooperar com os nazistas.
CANADÁ, de Richard Ford
Escrito pelo norte-americano Richard Ford, CANADÁ combina road-story com
romance de formação, ao acompanhar a saga de um garoto dito normal, egresso de
uma família supostamente normal — o pai, ex-piloto da Força Aérea, a mãe,
professora — e cuja dificuldade financeira os levam a cometer um crime que
mudará o destino de todos para sempre. As virtudes narrativas de Ford, autor já
premiado com o Pulitzer, despontam desde a primeira linha: em ritmo
vertiginoso, somos rapidamente familiarizados com o drama dos Parsons: “Para
começar, vou contar o assalto que meus pais cometeram. Em seguida, os
assassinatos que aconteceram mais tarde. O assalto é a parte mais importante,
já que serviu para mudar o rumo da minha vida e o da minha irmã. Nada faria
sentido, se eu não o contasse desde o início.” Ford estrutura a história,
ambientada em 1960, em três partes, as duas primeiras mais longas, e a
terceira, bem sintética, funcionando como um epílogo.
HOMENS E MULHERES DA IDADE MÉDIA, de
Jacques Le Goff
O livro apresenta um panorama com 112 dos personagens mais notórios da Idade
Média, cujos perfis traçados por Le Goff e equipe não se limitam a resumir a
vida e a exaltar os feitos dos retratados, mas mostrá-los como testemunhas da
época em que viveram, o que permite novos olhares sobre a História dita
oficial, aquela muitas vezes propagada de forma simplista ou reducionista,
quando não equivocada, nos livros didáticos.